segunda-feira, 20 de junho de 2016

Apontamentos Sobre a Consagração a Nossa Senhora

                         Podemos falar que uma das principais orações propagadas pelo Pe. Kentenich, fundador dos movimentos e santuários de Schoenstatt é a Consagração a Nossa Senhora. Nesta oração poderosa eu me entrego a Maria e confio a ela tudo o que tenho e sou e deixo que ela me conduza como mãe carinhosa e cuidadosa que sabe o que é melhor para mim.
                         A   oração foi atribuída a um padre jesuíta, chamado Pe. Nicola Zuchi, na cidade de Napoli, Itália. Aos dez anos de idade, perdeu sua mãe. Levado por profundo impulso religioso, raciocinou nestes termos: "Não tenho mais mãe terrena. Que farei? Sem mãe não poderei viver. Consagrar-me-ei por isso á Mãe de Deus, far-me-ei total e inteiramente dependente dela." Compôs a oraçãozinha, escrevendo-a com sangue, é a oraçãozinha conhecida por todos. Este texto está no livro Viver da Fé, pg. 46, escrito pelo Pe Kentenich. - http://www.maeperegrina.org.br/artigos/diversos/como-surgiu-o-canto-e-a-oracao-da-consagracao/
                         Existe uma certa "polêmica" por parte de quem não conhece bem a origem e os propósitos da oração, se o correto é chamar "coisa" ou "filho" no final da oração. Achei este texto abaixo muito rico, retirado do site: http://www.lourdesalpha.com.br/artigos/como-coisa-ou-como-filho/, que explica melhor:

"A oração de Consagração à Nossa Senhora no original em Latim é:

“O DOMINA mea! O Mater mea! Tibi me totum offero, atque, ut me tibi probem devotum, consecro tibi [hodie*] oculos meos, aures meas, os meum, cor meum, plane me totum. Quoniam itaque tuus sum, o bona Mater, serva me, defende me ut rem ac possessionem tuam. Amen”. Preces Latinae
Ao pé da letra seria mais ou menos assim:

“Ó Senhora minha! Ó Mãe minha! A vós todo me ofereço, e, para provar que vos sou devoto, consagro-vos hoje meus olhos, meus ouvidos, minha boca, meu coração, eu todo inteiramente. E porque sou vosso, ó boa Mãe, guardai-me, defendei-me como coisa e propriedade vossa. Amém”.
Observação: REM é o substantivo feminino latino RES no caso acusativo. E pode significar coisa, evento, negócio, assunto, propriedade, fato. Na oração, portanto, a tradução COISA é correta.
É engraçado o quanto queremos ganhar espaço. Ninguém quer ser tratado como coisa. O próprio Jesus que poderia ter se declarado rei e pedir tratamento especial, se colocou pequeno e como servo. Nós fazemos justamente o contrário. Somos apenas coisa e já nos colocamos como filhos “exigindo” nossos direitos, nossa herança.
Confesso que eu não compreendia essa parte da oração. Eu queria ser tratado como filho de Nossa Senhora e não como coisa. Até que um dia me contaram que a mãe de um amigo sempre ensinou a ele que essa oração havia sido feita pelo coração puro e simples de uma criança. Desse modo, só é possível vivermos essa oração com o coração semelhante ao de uma criança.
“Coisa” é um objeto que o dono coloca onde quer e faz o que quer com ele. O objeto fica ali estático, aguardando o proprietário decidir o que fará. Já o filho não. Já o filho, quando criança, precisa e quer o colo da mãe. A medida que cresce, tem momentos de desobediência, de querer fazer seus desejos, até o dia em que se torna adulto, sai de casa e realiza suas próprias vontades. Passa a ser o “dono do seu nariz”.

                  Eu, particularmente concordo plenamente e penso o seguinte: a mãe cuida do filho mas não pode fazer tudo o que quiser com o filho. Ela não deve, por exemplo, mandá-lo ter tal profissão só por que ela quer, pode aconselhar mas não mandar. Já Maria poderia sim me mandar fazer o que ela quiser que eu faça pois ela sabe ( por Graça Divina) o que é para eu fazer melhor do que eu mesmo. Além de que o filho também faz muitas vezes o que quer pois tem suas vontades, que nem sempre são certas, mas se eu me coloco como coisa para ela cuidar de mim, inclusive minhas vontades, ela que é maravilhosa e tem um entendimento muito maior das coisas do mundo e celestiais ( de novo, por Graça de Deus) não vai me deixar errar e atrapalhar os planos de Deus para mim, se coloco minha real vontade e planos para ela conduzir. É verdade que às vezes isto é difícil aceitar e no dia a dia nem sempre nos largamos para ela cuidar de nós e atrapalhamos tal condução, mas a santidade nada mais é que uma luta contínua para melhorarmos e nunca desistir se erramos. 


Que Nossa Senhora e Seu divino filho abençoe a todos !!!

                                              
                          

2 comentários:

  1. Obviamente não é obrigatório concordar com a ideia apresentada, porém, respeito essa opinião de usar a palavra Coisa na consagração a Nossa Senhora, mas observando a questão linguística das palavras e seus diversos significados em um mesmo idioma, deve se observar o que esta palavra significa onde será usada, no caso em questão a palavra “Coisa” substantivo feminino, que define objeto inanimado que se usa vulgarmente para diversos objetos e situações, ora, assim sendo me ofereço como filho ou filha de nossa Mãezinha do Céu, pois assim quero ser para Maria Santíssima, filho ou filha.

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  2. Entendo seu ponto de vista, mas o autor da consagração fez a mesma original com a palavra "coisa" mesmo. A palavra coisa serve não para nos diminuir mas sim para que nossa senhora nos cuide como a um objeto mesmo, que pode fazer o que quiser, tendo a plena consciência e confiança que ela fará o melhor sempre e que eu me coloco sem a menor vontade própria, aceitando TUDO que ela quiser fazer comigo, pois tenho certeza que minha vontade por vezes atrapalhará os planos de Deus. Me colocar como "coisa" me deixa numa posição de confiança total, sabendo que a mãe pode fazer comigo o que quiser plenamente já que uma mãe não pode fazer o que quiser com um filho e um filho tem vontade própria por vezes, o que muitas vezes atrapalha a educação que ela planeja. É um ato de humildade e reconhecimento que ela sempre fará o melhor para nós, uma vez que ela busca sempre nos levar para Jesus e falando assim nos comprometemos a nunca atrapalhá-la...

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