sexta-feira, 15 de novembro de 2024

As Quinze Orações Atribuídas a S. Brígida

Retiradoo do Site :

https://padrepauloricardo.org/blog/quinze-oracoes-em-honra-a-paixao-de-cristo


As quinze orações a seguir, atribuídas a S. Brígida da Suécia (1303-1373), muito provavelmente foram escritas por místicos da sua Ordem, no século XV. Foram publicadas inúmeras vezes ao longo dos séculos, com variação considerável nos textos e até mesmo na ordem das invocações.

Constituem, em si mesmas, uma meditação piedosa sobre os mistérios da Paixão e Morte de Cristo. Eram bastante populares durante a Baixa Idade Média, sendo item frequente nos manuais de oração da época. Cumprem um duplo propósito: catequético, instruindo as pessoas nos episódios mais importantes da vida de Nosso Senhor, e penitencial, excitando-lhes o amor a Deus e o arrependimento dos próprios pecados.

Em muitos lugares estas preces estão associadas a uma lista de promessas supostamente reveladas a S. Brígida quando de sua visita à Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em Roma. As tais promessas listam uma série de incríveis benefícios, que seriam concedidos a quem recitasse estas orações todos os dias ao longo de um ano, e incluem a libertação de 15 almas dos entes queridos do Purgatório e a conversão de 15 pecadores da própria família. A verdade, porém, é que essas promessas não foram aceitas oficialmente pela igreja e se existe dúvida se são reais.

A própria Congregação do Santo Ofício proibiu, em 1954, a sua publicação [1]. Mas, ainda que não houvesse uma censura a essas promessas vinda de Roma, o conteúdo delas é, de fato, duvidoso.  Nós, entretanto, não temos dúvidas de que abundantes frutos espirituais podem ser colhidos da leitura e meditação das linhas abaixo, mas promessas como as que circulam, associadas a estas orações podem, por vezes, ser transformadas em superstição o que deveria ser antes um convite ao fervor na oração, à conversão interior e ao apostolado com as pessoas mais próximas de nós. Cautela portanto.

A tradução abaixo foi feita pela Equipe  da referência a partir do texto em latim encontrado na edição de 1670 do livro Paradisus Animæ Christianæ, de Jacob Merlo Horst, e que também pode ser acessado no site Preces Latinæ.


“A Oração no Horto”, de Giandomenico Tiepolo.

Oração I. — Ó Jesus Cristo, eterna doçura dos que vos amam, júbilo que excede toda alegria e todo desejo, salvação e amante dos pecadores, que achais vossas delícias em estar com os filhos dos homens e pelo homem vos fizestes homem na plenitude dos tempos: lembrai-vos de tudo o que previstes e da íntima tristeza que, em vosso Corpo humano, suportastes ao aproximar-se o tempo de vossa salubérrima Paixão, preordenado em vosso divino Coração.

Lembrai-vos da tristeza e da amargura que, pelo vosso testemunho, tivestes em vossa Alma, quando, na Última Ceia, entregastes aos vossos discípulos o vosso Corpo e Sangue, lavastes-lhes os pés e, consolando-os docemente, predissestes vossa iminente Paixão. 

Lembrai-vos de todo o tremor, da angústia e da dor que em vosso delicado Corpo, antes da Paixão de vossa Cruz, suportastes quando, após vossa tríplice oração e o suor de Sangue, fostes traído por Judas, vosso discípulo; preso pela gente escolhida; acusado por falsas testemunhas; injustamente julgado por três juízes; condenado, embora inocente, na cidade eleita, no tempo pascal, na florida juventude de vosso Corpo; despido da vossa própria veste e coberto de vestes alheias; esbofeteado; tivestes vossos olhos e rosto cobertos e fostes espancado, preso à coluna, flagelado, coroado de espinhos, com uma cana ferido na cabeça e lacerado com inumeráveis outras calúnias.

Dai-me, Senhor Deus, eu vo-lo peço, pela memória dessas paixões antes de vossa Cruz, uma verdadeira contrição antes de minha morte, uma pura Confissão, uma digna satisfação e a remissão de todos os pecados. Amém. — Pai-NossoAve-MariaGlória.

Oração II. — Ó Jesus, criador do mundo, a quem nenhuma dimensão pode compreender, que abarcais a Terra com um palmo: recordai-vos de vossa amaríssima dor, que suportastes quando os judeus pregaram vossas santíssimas mãos à Cruz com pregos embotados e, a fim de perfurar vossos delicadíssimos pés, como não lhes fosse o bastante, acrescentaram dor sobre dor às vossas chagas, e assim cruelmente vos distenderam e estenderam pelos braços de vossa Cruz, para que se dissolvessem os vínculos dos vossos membros.

Eu vos imploro, pela memória desta sacratíssima e amaríssima dor na Cruz, que me deis o vosso temor e amor. Amém. — Pai-NossoAve-MariaGlória.

“Cristo na Cruz”, de Eugène Delacroix.

Oração III. — Ó Jesus, médico celeste, recordai-vos do langor, do livor e da dor que, elevado no alto patíbulo da Cruz, padecestes em todos os vossos membros dilacerados, dos quais nenhum permaneceu em bom estado, de modo que não se achasse dor nenhuma semelhante à vossa, pois desde a planta dos pés até o alto da cabeça não havia em vós coisa sã, e no entanto, esquecido de todas as dores, rogastes piedosamente ao Pai pelos vossos inimigos, dizendo: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Por esta misericórdia e pela memória daquela dor, concedei-me que esta memória de vossa amaríssima Paixão me alcance a plena remissão de todos os meus pecados. Amém. — Pai-NossoAve-MariaGlória.

Oração IV. — Ó Jesus, verdadeira liberdade dos anjos, paraíso de delícias, lembrai-vos da tristeza e do horror que suportastes, quando todos os vossos inimigos, quais leões ferocíssimos, puseram-se ao vosso redor e, com bofetadas, cusparadas, lacerações e outras penas inauditas, vos maltrataram.

Por estas penas e por todas as palavras contumeliosas e os duríssimos tormentos com que vos afligiram, Senhor Jesus Cristo, todos os vossos inimigos, eu vos imploro que me livreis de todos os meus inimigos, visíveis e invisíveis, e me deis chegar, à sombra de vossas asas, à perfeição da salvação eterna. Amém. — Pai-NossoAve-MariaGlória.

Oração V. — Ó Jesus, espelho da claridade eterna, lembrai-vos daquela tristeza que tivestes quando, no espelho de vossa sereníssima majestade, vistes a predestinação dos eleitos, que se haviam de salvar pelos méritos de vossa Paixão, e a reprovação dos maus, que pelos seus deméritos se haviam de condenar, e pelo abismo de vossa piedade, com que vos compadecestes de nós, pecadores e desesperados, e que manifestastes ao ladrão na Cruz, dizendo: “Hoje estarás comigo no paraíso”, rogo-vos, piedoso Jesus, que tenhais misericórdia de mim na hora de minha morte. Amém. — Pai-NossoAve-MariaGlória.

Oração VI. — Ó Rei amável e amigo todo desejável, lembrai-vos daquela tristeza que tivestes quando, nu e miserável, pendestes na Cruz, e todos os vossos amigos e conhecidos se voltaram contra vós, e não encontrastes ninguém que vos consolasse, além de vossa dileta Mãe, de pé na amargura de sua alma fidelíssima a vós, que confiastes ao vosso discípulo, dizendo: “Mulher, eis aí o teu filho”.

Rogo-vos, piíssimo Jesus, pela espada de dor que transpassou a alma dela, que vos compadeçais de mim em todas as minhas tribulações e aflições, corporais e espirituais, e dai-me a consolação no tempo da tribulação e na hora de minha morte. Amém. — Pai-NossoAve-MariaGlória.

“Queda no Caminho do Calvário”, de Rafael.

Oração VII. — Ó Jesus, fonte de inexaurível piedade, que por um íntimo afeto de amor dissestes na Cruz: “Tenho sede”, isto é, da salvação do gênero humano, acendei, vo-lo peço, em nossos corações o desejo de perfeição, e abrandai e extingui de todo em nós a sede da concupiscência e o ardor dos prazeres mundanos. Amém. — Pai-NossoAve-MariaGlória.

Oração VIII. — Ó Jesus, doçura dos corações e poderosa suavidade das mentes, pelo azedume do vinagre e do fel que por nós provastes, concedei-nos, na hora de nossa morte, receber dignamente o vosso Corpo e Sangue, como remédio e consolação para nossas almas. Amém. — Pai-NossoAve-MariaGlória.

Oração IX. — Ó Jesus, virtude régia, júbilo espiritual, lembrai-vos da angústia e da dor que padecestes quando, pelo amargor da morte e os insultos dos judeus, com alta voz clamastes, abandonado por Deus Pai: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” Por esta angústia vos peço que nas nossas angústias não nos abandoneis, Senhor Deus nosso. Amém. — Pai-NossoAve-MariaGlória.

Oração X. — Ó Jesus, Alfa e Ômega, vida e poder em todo tempo, recordai-vos que desde o alto da cabeça até a planta do pé vos mergulhastes por nós na água da Paixão.

Pela largura e extensão de vossas chagas, ensinai-me a mim, afundado em muitos pecados, a guardar por verdadeira caridade a Lei que promulgastes. — Pai-NossoAve-MariaGlória.

Oração XI. — Ó Jesus, abismo profundíssimo de misericórdia, rogo-vos, pela profundidade de vossas chagas, que atravessaram a medula de vossos ossos e vísceras, que me tireis da água de pecado em que estou submerso e me escondais, no interior de vossas chagas, do rosto de vossa ira, até que passe o vosso furor, Senhor. Amém. — Pai-NossoAve-MariaGlória.

Detalhe de um quadro da Crucifixão, por Francesco Hayez.

Oração XII. — Ó Jesus, espelho da verdade, sinal de unidade e vínculo de caridade, lembrai-vos da multidão de vossas chagas, com que, da cabeça aos pés, fostes vulnerado e rubricado com vosso santíssimo Sangue, multidão de dores que suportastes em vossa carne virginal por nós! Piedoso Jesus, que mais deveríeis fazer e não fizestes?

Gravai, vo-lo peço, ó piedoso Jesus, todas as vossas chagas no meu coração com o vosso preciosíssimo Sangue, para que nelas eu leia sempre a vossa dor e morte e persevere constante até o fim em ação de graças. Amém. — Pai-NossoAve-MariaGlória.

Oração XIII. — Ó Jesus, leão fortíssimo, Rei imortal e invencível, lembrai-vos da dor que padecestes quando todas as forças do vosso Coração e Corpo de todo se acabaram e, reclinando a cabeça, dissestes: “Tudo está consumado”. 

Por esta angústia e dor, tende misericórdia de mim, quando minha alma, no momento do último suspiro, estiver vexada e conturbada. Amém. — Pai-NossoAve-MariaGlória.

Oração XIV. — Ó Jesus, unigênito do altíssimo Pai, esplendor e figura de sua substância, lembrai-vos da esforçada entrega com que entregastes o espírito ao Pai, dizendo: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” e, de Corpo lacerado, de Coração alquebrado, com grande clamor, abertas as vísceras de vossa misericórdia para nos redimir, expirastes.

Por esta preciosíssima morte vos imploro, Rei dos santos, que me fortaleçais para resistir ao diabo, ao mundo, à carne e ao sangue, a fim de que, morto(a) para o mundo, eu viva para vós, e na hora suprema de minha partida acolhei-me o espírito degredado e peregrino a retornar para vós. Amém. — Pai-NossoAve-MariaGlória.

Oração XV. — Ó Jesus, videira verdadeira e fecunda, lembrai-vos da abundante efusão do vosso Sangue, que vós, qual sumo arrancado ao cacho, copiosamente derramastes quando, na cruz, calcastes sozinho o lagar, e do vosso lado aberto pela lança do soldado nos propinastes Sangue e água, de modo que nem uma só gota permanecesse em vós; e quando, enfim, fostes suspenso no alto, qual um feixe de mirra, e vossa carne delicada se desfez, e o licor de vossas vísceras se secou, e a medula de vossos ossos murchou. 

Por esta vossa amaríssima Paixão e pela efusão do precioso Sangue, piedoso Jesus, imploro-vos que recebais minha alma na agonia de minha morte. Amém. — Pai-NossoAve-MariaGlória.

Conclusão. — Ó Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus vivo, acolhei esta oração com aquele amor excelentíssimo com que suportastes todas as chagas do vosso santíssimo Corpo e tende misericórdia de mim, vosso servo, e dai a todos os pecadores e a todos os fiéis, tanto vivos quanto defuntos, misericórdia, graça, remissão e a vida eterna. Amém.


Notas

  1. A seguinte notitia foi publicada nas AAS 46 (1954) 64: “Em alguns lugares tem sido divulgado certo opúsculo intitulado ‘O segredo da felicidade. Quinze orações reveladas pelo Senhor a S. Brígida na igreja de São Paulo, em Roma’, Nice (e em outros lugares), publicado em várias línguas. Ora, como neste mesmo livro se afirma que a S. Brígida foram feitas por Deus certas promessas, de cuja origem sobrenatural não há evidência alguma, tenham os Ordinários de cada lugar o cuidado de não dar licença para que se vendam ou de novo se imprimam opúsculos ou escritos que contenham as mencionadas promessas. — Dado em Roma, nas dependências do Santo Ofício, no dia 28 jan. 1954. Mário Crovini, Notário da Suprema e Sacra Congregação do Santo Ofício.”

terça-feira, 8 de outubro de 2024

São José Dormindo Cuida de Nós

             Recentemente fui informado que o local que atendo a consultas médicas (meu consultório) e que me manteve financeiramente quando saí do outro local que trabalhava, foi comprado e teríamos +/- 30 dias para sairmos do imóvel. Claro que fiquei chateado pois gostava do local, era tranquilo, colegas e secretárias educados e me sentia muito confortável neste consultório. Sanguíneo e ansioso em constante luta para melhorar posso afirmar que se acontecesse isto alguns anos atrás eu ficaria quase desesperado e extremamente nervoso e preocupado; porém  tenho me fortalecido na eucaristia diária, tanto em missas quanto em visitas e adorações frequentes ao santíssimo, assim como rezamos o santo rosário diário, entre outras orações; o que é pouco diante do que Deus merece e das 24 hs que temos todo dia. Deste modo eu e minha querida esposa ficamos bem tranquilos por confiarmos na providência divina, mesmo quando eu ia ver um local para consultório e não era adequado por algum motivo, pois sabia e confiava que Deus estava no comando e providenciaria coisa boa para nós. 

            Eu e minha esposa somos filhos espirituais de São José e Nossa Senhora (somos consagrados a eles) e tenho em minha capela uma imagem de São José dormindo, ousei sonhar e pedi tudo que gostaria num novo consultório, colocando por escrito embaixo dele dormindo. Poucos dias após achei um consultório  com todos os ítens que eu pedi pra S. José e muito mais. Posso falar que é a melhor clinica que já tive consultório e literalmente todos os ítens que pedi foram atendidos de forma ampla e generosa.


Agradeço a Deus e a intercessão de S. José.

                     

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Com Deus a Gente Fica Melhor

                       Há algum tempo atrás, ao entrar no facebook, vi uma historinha que me mandaram falando que as pessoas que tem Deus são melhores. Uma moça que não conheço colocou que discordava veementemente, pois conhece ateus ótimos e cristãos terríveis. Sem querer brigar com ninguém achei melhor colocar algo aqui para pensarmos e analisarmos tais afirmações.

                       Realmente eu também conheço pessoas que infelizmente não permitem que Deus faça parte de sua vida e, apesar de raras, praticam o bem mesmo sem aceitarem a Deus. Mas posso afirmar, por já ter visto vários casos, que estas pessoas melhoram mais ainda quando permitem que o Senhor faça parte de sua vida, ou pior, boa parte delas acaba se distanciando de fazer o bem com o tempo senão aceitam o Senhor. O mesmo acontece quando cristãos não católicos aceitam Maria como  sua mãe, afinal Ela é o caminho mais seguro para atingir a Deus, pelo coração Sagrado de seu filho (que é ligado ao dela). Ou seja se o bom tem Deus, ele fica ainda melhor.
                       O contrário também é verdade, tem pessoas que são um desastre como seres humanos, mas aceitam e tentam ter Deus em sua vida (aqui é importante primeiro ver se tentam mesmo ou se é apenas da boca para fora). Se alguma pessoa que erra muito aceita a Deus, de verdade, ela é com certeza menos ruim do que seria se não aceitasse o Senhor, e já vi vários casos de pessoas que mesmo ruins melhoram com o tempo por pedirem a Deus tal melhora. Ou seja o ruim é menos ruim se busca a Deus e melhora com o tempo se ele se permitir e quiser realmente.

                

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

A Santa Cruz de Cristo nos Tocou

     Minha querida esposa é uma pessoa única, especial e diferenciada, além de muito bondosa e linda é pessoa temente a Deus e minha companheira em orações, alegrias e tristezas. Neste sábado estávamos conversando sobre nossas dificuldades e por mais que ela seja equilibrada discordei dela; concordamos que Deus nos ama e pode ser que nos faça melhorar e sair das diversas dificuldades que temos passado, mas se Ele quiser permitir que continuemos sofrendo e até aumentem as nossas dificuldade temos que aceitar com coragem, pois é uma forma de unirmos nossos sofrimentos à cruz de Cristo. Temos que pedir a Ele que antes de nos livrar das nossas pequenas cruzes que nos faça suporta-las, pois se for para o plano Dele, salvação de almas e pecadores e nossa própria salvação assim seja. Ela, num primeiro momento, reclamou comigo, falando para eu não ser pessimista e falar que vamos melhorar sim e ter tudo de bom porque Deus só quer nosso bem. Por minha parte eu expliquei que não estava sendo pessimista, pois eu vejo que pessimismo é frisar e ficar voltando no mal passado ou ficar vendo só o problema atual e futuro, sem ver o lado bom deste pequeno sofrimento que pode ser instrumento de Deus na verdade, portanto é bom sofrer por Deus e tais sofrimentos nos unem a cruz de Cristo que disse para tomarmos nossa cruz e o seguirmos. E Ele só permite isto por nos amar muito e reconhece nosso sofrimento e esforço em segui-lo, se entendo isto e aceito minha cruz tal sofrimento se torna maravilhoso pois estamos seguindo o mestre. Claro que Deus às vezes nos consola nesta terra mesmo, nos dando mais do que precisamos e merecemos (e isto sempre vai continuar acontecendo por muitas vezes), mas o principal é guardarmos tesouros para o Céu e podemos reverter nossas dificuldade aqui nesta vida ainda, oferecendo tudo para este fim. Conversamos sobre isto e discordamos, mas com respeito mútuo. Eu pedi para Deus me mostrar se eu estava errado ou se era minha esposa que estava, e que Ele nos mostrasse. Neste dia iríamos a missa diária no final do dia, uma vez que mais cedo tínhamos reunião do grupo de famílias, resolvemos ir numa missa que neste horário nunca fomos antes, algo nos puxou para ir nesta igreja inexplicavelmente. Nesta missa o padre fez uma homilia maravilhosa, falando exatamente da importância de seguirmos o exemplo de Cristo e carregarmos nossas cruzes com coragem, não para fugirmos delas mas para pedirmos ajuda para as carregar, respondendo meu pedido perfeitamente. 

    Neste dia aconteceu mais um fato maravilhoso nesta igreja, chegamos mais cedo e ficamos rezando, tinham 2 rapazes, provavelmente seminaristas, que colocaram uma espécie de relicário, bem na nossa frente (sempre sentávamos em outro local naquela igreja, apesar de nunca antes termos ido na missa nesta igreja neste horário no sábado). Não demos importância num primeiro momento até que o padre disse durante a missa que ali tinham fragmentos da Santíssima Cruz de Cristo, que ficava num seminário e que naquela missa, excepcionalmente,  trouxeram para ser venerado. Ou seja ,tinha parte da CRUZ REAL DE JESUS na nossa frente... Após a missa nos ajoelhamos perante a cruz e depois encostamos nossos terços nela, ganhando como presente cada um uma relíquia de terceiro grau. Para mim foi maravilhoso mas para minha esposa foi mais ainda pois foi o próprio Jesus falando: " - Unam suas cruzes com a minha, daqui para frente vcs carregarão também um pouco da minha cruz!!!". No final ainda pediram um profissional da área dela para ajudar na igreja e após a celebração ela foi falar com o padre e somente ela se dispôs a isto, Jesus falando que a escolheu para sofrer e servi-lo; que honra, quão grande serão os méritos de servir e sofrer por amor a Jesus, que alegria... Ela entendeu isto e então reconheceu a grandiosidade de não nos afastarmos das nossas cruzes, repito que Deus muitas vezes alivia seus pesos e as carrega por nós, mas sempre que necessário devemos as carregar com amor pois enquanto estivermos aqui nesta vida teremos uma sucessão de cruzes que podemos unir a cruz maior de Cristo, podendo oferecer nossos sofrimentos para Seus divinos planos e nossa própria salvação...

VIVA A CRUZ DE CRISTO !!!

                             



quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Deo Confidimus - Fé em Deus (oração)

Inspirada em missa e em momento de adoração ao Santíssimo:


Oremos,

 Meu Senhor Deus todo poderoso e bondoso, peço perdão por todas as vezes que não tive a fé que Lhe é plenamente devida. Reconhecendo minha falta de capacidade em melhorar por mim mesmo eu peço ao Senhor, misericordioso como É, que me conceda a graça de aumentar a minha fé em Ti e em teus desígnios...

Meu Deus eu creio em Ti, mas aumenta minha fé em Tua providência; que eu aceite que pode me dar tudo o quê preciso, sempre que achar correto e no Teu tempo,

Meu Deus eu creio em Ti, mas aumenta minha fé em Tua bondade;  que eu veja que sempre age de modo compassivo comigo,

Meu Deus eu creio em Ti, mas aumenta minha fé em Tua justiça; que eu nunca duvide que o Senhor fará a justiça da melhor forma possível,

Meu Deus eu creio em Ti, mas aumenta minha fé em Tua misericórdia; que eu entenda que mesmo eu não merecendo nada o Senhor me dá todo Seu amor e cuidados, 

Meu Deus eu creio em Ti, mas aumenta minha fé em Tuas escolhas; que eu aceite que o Senhor sabe muito mais o que é melhor para mim e para o mundo do que minha limitada inteligência,

Meu Deus eu creio em Ti, mas aumenta minha fé em Tua onipotência; que eu nunca tenha a menor dúvida que o Senhor tudo pode e nada Lhe é difícil,

Meu Deus eu creio em Ti, mas aumenta minha fé em teu amor por mim;  que eu nunca duvide que me ama, pois só quem ama de modo sublime faz o que o Senhor fez, permitindo o sacrifício de Seu divino e grandioso filho para minha salvação !!!


Amém !!!

                        

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

A Igreja Católica foi fundada por Constantino?

retirado do site:

 http://www.ofielcatolico.com.br/2001/02/a-igreja-catolica-foi-fundada-por.html


ESTE ARTIGO poderia ser classificado como mais um da série "falácias 'evangélicas'"... Sim, esta é mais uma das "invencionices" dos nossos pobres irmãozinhos afastados. Respondemos à pergunta logo de cara: claro que não, a Igreja Católica NÃO foi fundada por Constantino, e nem poderia ser. Este é um disparate sem tamanho, uma tolice tão grande e evidente por si mesma que dispensaria explicações. No entanto, como vivemos num país de ingênuos e de maioria inculta, damo-nos ao trabalho de publicar este artigo.

O imperador Constantino, também conhecido como Constantino Magno, o Grande, ou Constantino I, nasceu em 274 e faleceu em 337; foi imperador durante 31 anos (de 306 a 337). Era filho de Constâncio Cloro e Helena, que era cristã e veio a ser canonizada (Santa Helena de Constantinopla). Casou-se com Faustina, filha de Maximiliano Hércules.

Após a morte do imperador Galério, o poder ficou dividido entre Maxêncio (que se autoproclamou imperador) e Constantino (aclamado imperador por seus soldados). Os dois ambicionavam o poder, e a luta entre eles encerrou-se no dia 28 de outubro de 312, com a histórica vitória de Constantino junto à Ponte Mílvia.


À ocasião, Constantino testemunhou ter visto no céu uma cruz com a inscrição "In Hoc Signo Vinces" ('Com este Sinal vencerás'). Este foi o grande marco para a sua conversão, que não se deu de uma hora para outra, mas foi um longo processo: ele foi batizado somente em 337, no fim de sua vida. Alguns historiadores contestam a conversão de Constantino, e é claro que, objetivamente falando, não há como se afirmar categoricamente a sua sinceradade ou se ele, antes de tudo, adotava uma estratégia política e militar ao se declarar cristão, visando obter o apoio de uma parcela da população e da nobreza. Essa tese, porém – é preciso dizer –, é no mínimo altamente improvável, porque nesse tempo os cristãos, ainda que já se encontrassem espalhados por todo o Império, representavam uma minoria quase irrelevante da população, e uma tática muito melhor para conquistar apoio, se o futuro Imperador quisesse convencer alguém a partir do falso testemunho de uma visão sobrenatural, teria sido declarar-se mitraísta[1]. Essa questão, porém, não tem a menor importância para o fato que estamos demonstrando aqui – o fato de que Constantino concedeu total liberdade de culto aos cristãos a partir do ano 313, com o chamado Édito de Milão, documento no qual constava o trecho seguinte:

Havemos por bem anular por completo todas as restrições contidas em decretos anteriores acerca dos cristãos; restrições odiosas e indignas de nossa clemência, e dar total liberdade aos que quiserem praticar a religião cristã."

    Nesse tempo, o Papa era Melcíades, e já era 32º Sumo Pontífice da Igreja depois de São Pedro. Assim, não há como se afirmar que Constantino seja o fundador da Igreja de Cristo, que desde o início sempre foi Católica (que quer dizer 'universal', em sentido duplo: refere-se à Fé que precisa ser assumida integralmente e à salvação que não está restrita a um grupo escolhido, mas aberta a todos os povos e nações) desde o tempo dos Apóstolos; ele apenas deu liberdade aos cristãos, que obviamente já existiam desde o século I, acabando com mais de dois séculos e meio de perseguição e martírios.


     Veja o leitor, por exemplo, o conteúdo da Carta de Santo Inácio de Antioquia aos Esmirnenses (que viveu do ano 67 até 110 dC), a qual, escrita nos primeiríssimos anos do cristianismo, antes mesmo da canonização da Bíblia Sagrada (e séculos antes de Constantino), já denomina a verdadeira Igreja de Cristo como Católica .


    Fica claro que não estamos aqui dando "a nossa opinião" sobre o assunto: tudo isso é História bem documentada. Sendo assim, sequer precisaríamos dizer mais nada, pois é fato incontestável que no início do século terceiro o cristianismo já estava espalhado por quase todo o mundo, penetrando inclusive nas classes nobres, mas ainda perseguido pelos imperadores romanos, que tentavam, pelo poder das armas, destruir a Fé.


    Como dissemos no começo, trata-se de uma questão extremamente simples, fácil de compreender e impossível de negar. É preciso um altíssimo grau de alienação da realidade para aceitar a ideia de que tenha sido um imperador romano que tenha fundado a Igreja, a partir do século IV. Nenhuma igreja protestante histórica (as mais antigas, como a luterana, a calvinista e a anglicana) adota esse tipo de teoria absurda para renegar a autoridade da Igreja Católica, pois os seus pastores e adeptos, em geral, são pessoas mais esclarecidas. Demonstrado então, acima de qualquer dúvida, que não foi Constantino quem fundou a Igreja Católica, a pergunta que fica é: quem fundou a Igreja Católica?


    Foi o próprio Senhor Jesus Cristo. A palavra "igreja" deriva de outra palavra grega que significa assembléia convocada. Neste sentido a Igreja é a reunião de todos os que respondem ao Chamado do Cristo: "...Ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só Pastor" (Jo 10,16).


     Ao contrário do que às vezes ouvimos por aí, dito por pessoas sem nenhum conhecimento de causa, Jesus Cristo sem dúvida tinha a intenção de fundar a sua Igreja, e a Bíblia demonstra essa intenção explicitamente, em Mt 16,18 ('Tu és Pedra e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja...'), bem como em diversas outras passagens do Novo Testamento.


A escolha dos doze Apóstolos:

"O Senhor subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram a Ele. Designou doze entre eles para ficar em sua companhia". (Mc 3,13-14). A escolha precisa de doze Apóstolos tem um significado muito importante. O Senhor lança os fundamentos do novo povo de Deus: doze eram as tribos de Israel, surgidas dos doze filhos de Jacó; assim, doze foram os Apóstolos para testemunhar a continuidade do Plano de Deus por meio da Igreja.

    Segundo Sto. Agostinho, a Igreja começou "onde o Espírito Santo desceu do Céu e encheu 120 pessoas que se encontravam na sala do Cenáculo". O derramar do Espírito, em Pentecostes, foi como a "inauguração oficial" da Igreja para o mundo.

    Sim. Jesus Cristo fundou e instituiu a sua Igreja neste mundo. Atualmente, porém, estamos vivendo um momento em que muitas "igrejas" são inventadas todos os dias, porque são encaradas como se fossem empresas, como negócio comercial. Basta um sujeito "bom de lábia"; que tenha facilidade de convencer os outros com belas palavras. Esta pessoa lê a Bíblia, interpreta do seu jeito particular, abre firma (os custos são mínimos) e aluga um salão, de preferência em local movimentado; compra cadeiras e um púlpito. Pronto! Já nasceu mais uma "igreja"! Para ser "pastor" não precisa entender de História, nem de Filosofia, nem de Teologia: basta querer. Simples assim!

    Alguns dados históricos interessantes sobre as 'igrejas' protestantes/'evangélicas':


     # A igreja protestante mais antiga é a luterana. Foi fundada por Martinho Lutero em 1524;

     [Note-se que a Igreja Católica já existia há mais de um milênio e meio quando ela surgiu. Foi chamada 'protestante', inicialmente, devido ao protesto de seis príncipes luteranos e 14 cidades alemãs (19 de abril de 1529), quando a chamada 'segunda dieta (assembleia) de Speyer', convocada pelo imperador Carlos V, revogou uma autorização concedida três anos antes para que cada príncipe determinasse a religião do seu território. O termo "protestante" foi rapidamente adotado, inclusive pelos partidários de Lutero, e logo transcendeu a questão local e epocal para definir, genericamente, o grupo que rejeitava a autoridade do Sucessor de Pedro, justamente porque protestavam contra a autoridade e a doutrina da primeira Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Católica.]

    # A igreja anglicana foi fundada pelo rei Henrique VIII, em 1534, porque o Papa (Clemente VII) não permitiu que ele se divorciasse de sua primeira esposa para se casar com Ana Bolena;

    # A igreja presbiteriana foi fundada por John Knox, em 1560;

    # A igreja batista foi fundada por John Smith, em 1609;

    # A igreja metodista foi fundada por John Wesley, em 1739, quando decidiu separar-se dos anglicanos (aqui começaram as divisões das divisões das divisões... que continua até hoje);

     # Os adventistas do sétimo dia começaram com Guilherme Miller e Helen White, já no século XX;

       # A congregação cristã do Brasil foi fundada por Luigi Francescom, em 1910;

    # As "assembleias de Deus" têm a sua origem no chamado "despertar pentecostal" dos anos 1900, nos EUA. Muitas pessoas saíram de diferentes igrejas protestantes para formar novas congregações pentecostais. Em 1914, mais de cem dessas novas "igrejas"(!) se juntaram para formar essa organização religiosa;

    # A "igreja do 'evangelho quadrangular'" foi fundada na década de 1920, pela missionária canadense Aimeé Semple McPathersom, que passou da igreja batista para a pentecostal (desde sempre houve o famoso 'pula-pula' dos 'evangélicos', de 'igreja' em 'igreja', porque nunca estão contentes, já que não encontram a Igreja verdadeira, simplesmente porque esta é a Católica, a única que eles repudiam);

    # A "igreja 'Deus é Amor'" foi fundada por David Miranda, em 1962;

    # A "Renascer em Cristo" surgiu há poucos anos, já na década de 1990, fundada pelo empresário  ficha suja Estevan Hernandez;

    # A "igreja universal do reino de deus (muitos ‘evangélicos’ de outras denominações dizem que este ‘deus’ só pode ser Mamon, referido por Cristo no Evangelho segundo S. Lucas, 16,13, dada a ênfase dos cultos na prosperidade material e no sucesso financeiro)" surgiu em 1977, fundada pelo empresário ficha suja Edir Macedo;



    Nos últimos anos, milhares e milhares de outras denominações menores foram surgindo, com nomes cada vez mais criativos. Cada uma delas se afirma a mais fiel; todas se declaram “guiadas pelo Espírito Santo”, apesar de pregarem doutrinas totalmente diferentes umas das outras, muitas vezes contrárias entre si. Todas elas foram fundadas por homens ou mulheres comuns.


    A pergunta que fica é simples: como o Espírito Santo poderia animar tantas divisões, Ele que é Fonte da Unidade? E como poderia inspirar tantas doutrinas diferentes e opostas umas às outras (umas batizam crianças, outras não; umas dizem que o batismo tem que ser em rio, outras que pode ser numa piscina ou tanque, ou por aspersão; umas admitem o divórcio, outras não; umas praticam o que chamam de 'santa ceia', outras não; umas guardam o sábado, outras não, etc, etc...), se as Escrituras dizem (Ef 4,5) que os verdadeiros cristãos tem "uma só fé, um só Senhor e um só Batismo"?

    Como identificar a Igreja de Nosso Senhor? Algumas chaves simples podem nos levar à conclusão definitiva. Estudar a fundo a Bíblia Sagrada, que os protestantes/evangélicos dizem seguir, e conhecer a Igreja primitiva, que eles dizem representar.

    Segundo a Bíblia: a Epístola aos Hebreus (12,22-24) fala da Igreja Celestial, que é a Jerusalém Celeste. O texto bíblico diz que as almas dos justos aperfeiçoados estão no rol da Igreja triunfante, a Assembleia Universal que é a Igreja dos Primogênitos arrolados nos Céus, diante de Deus, Juiz de todos. O ponto fundamental aí é notar que o texto em grego, no trecho que se refere "à universal assembléia e igreja dos primogênitos inscritos nos Céus" (v.23) no manuscrito original poderia tanto ser γενική σύναξη (assembleia universal) quanto γενική eκκλησία ou ainda kαθολικός eκκλησία, que se pronuncia katholikón ekklésia, e quer dizer, exatamente, Igreja Católica.

    A Igreja Primitiva, no Concílio de Constantinopla (381), definiu os traços que caracterizam a verdadeira e única Igreja de Jesus Cristo: "Creio na Igreja, Una, Santa, Católica e Apostólica...".

    Una: A Igreja deve ser una, isto é uma só, indivisível, uma só Igreja, do mesmo modo como existe "um só Senhor, uma só fé, um só batismo" (Ef 4,5). Jesus Cristo fundou uma só Igreja neste mundo, e Jesus só pode ser a Cabeça de um Corpo, do mesmo modo como somente pode desposar uma noiva, assim como Deus teve um povo entre os vários povos;

    Santa: em virtude do seu fundador: Jesus Cristo. Foi ela que recebeu a promessa fundamental: "...as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16,18). Deste modo, a razão da própria existência da Igreja está em ser um instrumento de santificação dos homens: "Santifico-me por eles para que também eles sejam santificados pela verdade" (Jo 17,19).

    Católica: a palavra católica quer dizer universal; a Igreja de Cristo é Universal porque foi estabelecida para reunir todos os povos e nações para formar o único Povo de Deus: "Ide, pois, ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19).

    Apostólica: porque está edificada sobre o "fundamento dos Apóstolos..." (Ef 2,20). A garantia da legitimidade da Igreja está na continuidade da obra de Jesus por meio da Sucessão Apostólica. Tudo o que Jesus quis para a sua Igreja foi entregue aos cuidados dos Apóstolos: a doutrina, os meios para santificação e a hierarquia.

     Romana: este título, que pode confundir algumas pessoas, na realidade é muito simples: “Romana” não implica nacionalismo nem particularismo; não quer dizer que a Igreja pertença ou se limite a Roma, assim como aconteceria com uma empresa; indica apenas o endereço da sede da Igreja, enquanto instituição, neste mundo. Nada mais. A Igreja, atuando no mundo, precisa de um endereço físico e postal, que é o do Bispo de Roma, o Papa, feito Chefe visível por Cristo. Em consequência, a Igreja Católica recebe, como uma espécie de “subtítulo”, a designação “romana”. Isto em nada contraria a sua catolicidade/universalidade. Também Jesus foi chamado "Galileu" e "Nazareno", e nem por isso deixa de ser o Senhor e Salvador de todos 

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[1] Para saber mais, vide LOT, Ferdinand. O fim do mundo antigo e o princípio da Idade Média. Lisboa: Setenta, 1968.


                     


sexta-feira, 16 de agosto de 2024

É Possível ser Santo Hoje em Dia ?


         O mais importante é entendermos que enquanto estamos nesta vida terrena estamos em luta contínua tanto contra nossas más tendências quanto também contra a ação do inimigo, que continuamente  tenta nos enganar e desviar do caminho que Deus planejou para nós. Porém, justo como Deus é, nos deu o livre arbítrio não nos obrigando a nada, mas sim apenas nos orientando a agir bem, e faz isto muito bem deixando claras as consequências de não fazer o certo. O ideal não é seguirmos a Deus por medo (apesar de que isto é aceito em parte) mas sim por amor, pois alguém mesmo sendo tão grandioso (criou o universo, pode tudo, sabe tudo...) nos ama imensamente a ponto de dar Seu filho para nos salvar, e permitir que Ele sofresse o que sofreu somente por amor a nós. Uma vez entendido isto é importante também entendermos de uma vez por todas que o aqui é passageiro,  vamos viver 50, 70, 90 anos talvez, e a eternidade é para sempre, conforme já abordamos isto neste blog; então vale a pena desperdiçarmos uma eternidade por estes poucos anos ? 

        Grandes santos foram pessoas que entenderam que aqui é TRANSITÓRIO e se esforçaram para seguir a Deus visando sempre a vida futura, entregando suas vidas por amor a Deus e seguindo o exemplo de Jesus. Entenderam que Ele é muito grandioso e não precisava permitir que Seu filho amado passasse pelo que passou, fez isto para nos salvar e por Seu grande amor amor. Jesus, por Sua vez, nos deu o maior exemplo a ser seguido de amor ao Pai e de desapego ao que não tem valor, pois Ele, que foi e é  o maior dentre todos, jamais valorizou bens terrenos e nos ensinou a não fugirmos de nossas cruzes mas as carregarmos com coragem, como Ele o fez. 

        Atualmente o mundo está muito mudado em relação há 10-20-30 anos atrás. Para muitos o que é  certo parece errado e o que é errado parece certo. Deus é perfeito e não se engana, o que Ele fez é correto e continua sendo. Mas o inimigo, astuto e perverso que é e querendo ofender Nosso Senhor, mas sabendo que não pode nada diretamente contra o bondoso todo poderoso procura atacar quem Deus ama, por ter entendimento que Ele nos ama mas nos deu livre arbítrio e ele age exatamente aí; portanto procura continuamente nos tentar e levar para longe do bem e do amor de Deus, assim como fez com Adão e Eva, e muitas vezes, miseráveis que somos,  caímos em tais tentações na maioria das vezes amparados em nosso orgulho, impureza e falta de caridade. Nós não temos forças para lutarmos contra isto tudo por nós mesmos mas podemos vencer pela graça divina se nos colocamos nas mãos de Deus realmente e exercitamos nossa força espiritual com armas que Deus nos dá como: a oração (em especial a missa, a eucaristia e os sacramentos); jejuns e penitências (para exercitarmos o autodomínio); o amor e a busca pelas virtudes que culminam em seguir o exemplo de Jesus e também de Maria, além de São José e os santos; a aceitação de carregarmos nossas cruzes (a exemplo de Jesus) e a fuga de ocasiões próximas de pecado. Fazendo isto o mal e o inimigo não terá força sobre nós e sim poderemos ser santos um dia. Claro que enquanto vivermos estamos passíveis de cair, pois somos pecadores e por vezes erramos feio, mas como disse o grande São João Paulo II :- "Santo não é quem é perfeito, mas quem mais tenta de verdade melhorar (caiu levante)".

        E  com tudo o que vemos e vivemos hoje em dia ainda podemos ser santos? Quero mencionar o exemplo de um herói de Schoenstatt, que está em processo de canonização, José Engling, que mesmo servindo o exército e indo para guerra conseguiu ser uma pessoa santa neste momento tão terrível, buscando nunca desagradar Jesus e Maria, pensando Neles sempre e visando sempre agir correto em tudo.  Também podemos mencionar que muitos santos tinham pequenas "falhas" conhecidas (não propriamente erros sérios ou pecados mas pequenos pontos que demonstram que eram humanos também e não super humanos): Padre Pio era muito enérgico e por vezes ríspido, Santa Terezinha era muito frágil e por vezes infantilizada, Santa Tereza da Cruz disse que aconteceu de uma vez  não querer rezar, mas ficou na presença de Jesus  contando tijolos... O que estas pessoas admiráveis tinham em comum? Eram humanos e com falhas humanas, mas amavam a Deus acima de tudo e lutavam contra seus defeitos. Santa Terezinha foi doutora da igreja explicando o pequeno caminho para santidade, que na sua "pequenez" reconhecia que não tinha as virtudes de grandes santos místicos com seus dons, mas buscava a santidade no dia a dia em tudo, aceitando e até buscando pequenos sacrifícios sempre por amor a Deus; Padre Pio parecia enérgico pois não entendia como alguém não ama a Deus acima de tudo e por ver o coração das pessoas no seu íntimo muitas vezes agia com energia para combater o erro e santa Tereza de Ávila, também doutora da igreja, mesmo que por algumas ocasiões ficasse sem vontade de rezar se esforçava para vencer suas más inclinações e ficava na presença de Jesus mesmo assim... Temos vários outros exemplos de pecadores que se tornaram grandes santos como São Francisco de Assis, Santo Agostinho, Santo Inácio de Loyola, etc... Somos humanos como eles e mesmo no mundo errado como está atualmente devemos e podemos sim ser santos, assim como em cada época da humanidade houveram dificuldades. Por fim cito o exemplo atual de Carlo Acutis, jovem do tempo atual e recente, que rezava, procurava a Deus acima de tudo, amava o próximo e tentava agir correto em tudo, até mesmo aceitando a cruz de sua doença, nisto seguiu o exemplo do mestre maior Jesus. Peçamos a Deus para nos espelharmos sempre nestas grande pessoas e que busquemos sempre a santidade por amor a Deus...